PROFESSOR TRISTÃO DA CUNHA
Tristão da Cunha Pensador, professor de alemão do célebre Colégio Pedro II, foi também um eminente político mineiro. Um dos signatários do histórico Manifesto dos Mineiros, em 1943, pelo fim da ditadura do Estado Novo,Tristão da Cunha foi secretário de Estado do governo Juscelino Kubitschek e deputado federal por Minas Gerais em quatro mandatos consecutivos, de 1946 a 1962.
Nascido em Teófilo Otoni, em 27 de julho de 1890, filho de Benjamin Ferreira da Cunha e de Ana Esteves lima, Tristão da Cunha formou-se em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro, em 1916. Concluídos os estudos, voltou à cidade natal, onde atuou como professor, advogado e promotor público, antes de ingressar na carreira política.
Na vida pública, seu percurso foi ascendente, tendo sido vereador, deputado estadual constituinte e federal. Nesse último cargo, pode mostrar, no plano nacional, a combatividade na apresentação de suas ideias, o zelo pela coisa pública e o brilho intelectual, ao longo de quatro legislaturas. Influente líder político, sustentou com vigor o ideário liberal, e foi incansável na defesa dos interesses da lavoura e da pequena indústria, tendo sido, também, sempre alerta defensor de sua região.
Tristão da Cunha foi um dos signatários do justamente famoso manifesto dos Mineiros de 1943, documento em que, com notáveis companheiros, exigiu a restauração da democracia e o fim do Estado Novo. Os poderosos daquele momento não toleraram a altiva manifestação e puniram os seus autores. Tristão da Cunha foi, então, exonerado da cadeira de alemão no Colégio Pedro II, em que ingressara por concurso público, e sofreu prisão domiciliar.
Terminado o Estado Novo, ocupou Tristão da Cunha altos cargos no Poder Executivo, tendo sido secretário da Agricultura, Indústria, Comércio e Trabalho, no governo Juscelino Kubitscheck, e secretário das Finanças nos governos Clóvis Salgado e Bias Fortes. Também foi presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), entre 1964 e a974.
Escreveu valiosas obras acadêmicas nos campos da política econômica e do pensamento social e político.
Diante do extenso legado à política estadual e nacional de Tristão da Cunha, foi mais do que merecida a homenagem ao dar seu nome à nossa escola.